Sua loja virtual escapou da crise?

loja virtualEste é um ano atípico para nós brasileiros. Amanhecemos em crise econômica e institucional, diagnóstico de recessão e incertezas generalizadas com relação ao futuro.

Não obstante, recebemos no Rio de janeiro a Olimpíada e uma surpreendente Paraolimpíada, ambas com sucesso acima da expectativa de quase todos. Selamos tudo isso com a iniciação e posterior confirmação do impeachment da Presidente da República. Convenhamos, manter as coisas caminhando e em relativa a paz é quase um milagre. Não possa afirmar que Deus é brasileiro, mas tenho convicção de que ele gosta muito de nós….

Falo com muita gente todos os dias, pessoas em empresas de todos os segmentos. A retomada do ritmo de negócios varia muito, mas os resultados em geral começam a acontecer. Ainda assim, muita gente perdeu o fio da meada nos seus mercados originais e está em busca de novos caminhos, e não raro elege o e-commerce como a pedra de salvação, com a ideia de que “é uma coisa que dá certo”, mas é bom ter cuidado.Coisas dão certo ou errado pelos mais variados motivos, mas em geral pela observância de boas práticas de gestão, e o e-commerce não está isento disso. Desde sempre digo que montar um negócio bem sucedido não é a mesma coisa que montar um site. Com os recursos de hoje, e eu você com um pouco de paciência montamos e pomos no ar um site em questão de horas, com chances de sucesso de visitação quase imediata. Dá pra dizer que para um negócio bem sucedido podemos manter o mesmo roteiro?

No início do mês o Ebit apresentou a 34 ° edição do relatório Webshoppers, atualizando os dados de atividades e crescimento do e-commerce nacional, acompanhado de uma ótima leitura do cenário macro econômico produzido pela Fecomercio SP. São muitas informações úteis de consumo e comportamento do consumidor em diferentes segmentos, recomendo a leitura (http://portal.ebit.com.br/webshoppers ), mas o que me remete a ele são os dados que nos ajudam a entender a performance de nossas lojas virtuais nesse momento.

Sim, o e-commerce ainda é um canal com uma camada de proteção contra a crise. Sofreu no início do ano mas ao fim do semestre recuperou-se , e atingiu valorosos    5,2 % de crescimento sobre o mesmo período de 2015. É pouco frente a média de 20% dos anos anteriores, mas é um alento para uma economia que decresceu significativamente. Para o ano estão mantidos 8% de crescimento ou seja, sinais de vida na recuperação do ritmo, e projeção de R$ 44,6 bilhões de faturamento ao final do ano, mas com a estagnação do número de pedidos em 106 milhões. Tudo isso para confirmar que sim, o e-commerce ainda é uma área de exceção em termos de fôlego de crescimento, mas não está isento às crises, apenas melhor nutrido.

Ter fôlego é fundamental, mas não é o suficiente.

Continuando a leitura do relatório, nos deparamos com o crescimento e virtual consolidação das compras feitas por dispositivos móveis, smartphones, ou indo no popular, pelo celular. Quando você achou que já tinha feito muito em lançar sua loja eletrônica e aprendido a se comunicar em meio digital, adivinhe, vai ter que começar tudo de novo. As vendas por esse meio já alcançam 23% do total da web , e no segmento de moda já é o meio preferido de 26% dos consumidores brasileiros. Isso parece óbvio pela quantidade de adolescentes conectados em todos os cantos, inseparáveis de seus equipamentos móveis e de hábitos cada vez mais particulares, mas hoje isso está disseminado por toda a população, ou seja, você precisa pensar nas ofertas da sua empresa considerando também as características desse canal, e se preparar rápido para isso, mais uma vez.

Outro dado interessante é o do ciclo de compras na internet, 16 dias em média, e do que é prioritário nessa decisão do consumidor por essa ou aquela oferta. Sua loja provavelmente está sendo vista nesse momento por muita gente que não está pronta ainda para decidir, e você precisa empreender iniciativas que façam esse visitante voltar e optar por você daqui a alguns dias. O relatório faz uma representação gráfica do ciclo de vendas que, com o devido respeito, considero limitada. O ciclo não se inicia na identidade de um desejo ou necessidade, mas sim na sua convivência nas redes e fora delas com produtos e serviços dos quais você se torna familiar mesmo antes de saber que os deseja, e por vezes se converte num fã, um multiplicador, e quando tiver a chance, um consumidor. Entender essa relação e prover essa oportunidade é tão importante quanto uma ferramenta de venda eficiente e um bom preço. Os produtos mais desejados do mercado, você sabe, não são necessariamente os mais baratos, mas são os que conseguem estabelecer um vínculo com o consumidor e para tal, o ambiente digital é uma ferramenta excelente.

O meu desejo sincero é que o seu negócio virtual ou não tenha escapado da crise, pois nós merecemos. Nós temos lutado por isso, todos os dias, mas nem tudo é insistir e perseverar. Alinhe sua vontade e talento com boas práticas de mercado em todas as economias, a nova, a velha e a de sempre, que é aquela em que nós vivemos, e que sempre se renovará. Conte conosco para isso.

Autor: Ricardo Daumas

Fonte: ecommercenews.com.br

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