Por que as lojas de e-commerce fracassam no Brasil

america-latina-laeconomiaTodo profissional de marketing digital ou agência que trabalha com e-commerce conhece pelo menos um caso parecido.

A empresa os procura porque investiu dezenas ou até centenas de milhares de reais em uma loja online impecável em termos de estrutura, produtos e estoque, mas está para fechar as “portas” apenas alguns meses depois da inauguração.

Essa é a verdadeira realidade das operações de e-commerce no Brasil. A maioria está inativa por falta de clientes.

E não é que eles não existam. Conforme o relatório recém-divulgado pelo Webshoppers e-Bit, mesmo com a crise o setor não deixou de crescer. No primeiro trimestre de 2016 houve um aumento de 31% de e-consumidores em relação ao ano passado, enquanto o tíquete subiu 7%, chegando a R$ 400. Mas se é assim, por que então existem tantas lojas de e-commerces fechando?

 

Influência digital

A principal razão é simples: elas não levaram em conta uma regra essencial do varejo: a necessidade de dispor de um orçamento de marketing e publicidade para promover a loja e gerar tráfego. É como ter um carro de Fórmula 1 pronto no gride de largada mas sem combustível.

Enquanto esses e-commerce minguam, as empresas que investem em propaganda, promoções e ofertas acabam canalizando todos os clientes para as suas lojas.

Um dos maiores erros é subestimar a importância da própria internet como meio de atrair clientes. Como foi destacado no estudo Varejo no Brasil: a influência do digital sobre o consumo, quase todos os brasileiros conectados (106 milhões de pessoas, a metade da população do país) usam a internet em alguma etapa do processo de compra. E o seu impacto é maior justamente na pré-compra e pós-compra, atividades que representam 75% da fase de descoberta dos produtos e mais de 65% das pesquisas no Google e redes sociais.

Portanto, não só lojas de e-commerce mas toda empresa precisa de uma estratégia de marketing digital para aumentar o seu potencial de negócios na internet. O primeiro passo nesse sentido é fazer o básico: conhecer o perfil e as necessidades do seu cliente; estabelecer uma diferenciação competitiva clara e o potencial de retorno dos seus investimentos.

 

Pontos críticos

O objetivo é descobrir quais os pontos críticos de contato com o cliente, quais as suas preocupações e o que os deixam realmente satisfeitos, onde as decisões de compra são tomadas, quais serviços deseja oferecer, quais canais e como eles devem ser conduzidos. A partir daí, a empresa terá maior embasamento para “conectar-se” com os clientes e consumidores por meio de sites, blogs, redes sociais, e-mail marketing, redes sociais, inbound e aplicativos.

Como 3/4 dos internautas fazem uso dos meios digitais para descobrir, conhecer e comparar empresas, produtos e serviços, também é essencial ter uma estratégia focada no posicionamento da marca nas pesquisas do Google, por meio da otimização de site (SEO) e campanhas pay per click (PPC) como os links patrocinados e Adsense. O Google é o principal site de buscas do Brasil, concentrando mais de 90% das pesquisas realizadas na internet, segundo o Serasa Experian.

O mercado de e-commerce brasileiro ainda tem um potencial enorme de crescimento, mas chegou a um estágio de amadurecimento que não comporta mais aventureiros nem amadores. Quem quiser realmente se estabelecer e ganhar dinheiro precisa investir em uma estratégia de marketing digital, e cabe aos profissionais e agências do segmento contribuir nesse sentido.
Autor: Silvio Tanabe

Sobre Silvio Tanabe: Jornalista de formação, com pós-graduação em comunicação com o mercado pela ESPM. Foi repórter, editor de revistas técnicas e de negócios, assessor de imprensa, sócio de agência de comunicação empresarial e hoje é sócio da agência Clínica Marketing Digital (www.clinicamarketing8ps.com.br).

 

Fonte: ecommercenews.com.br

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