Núcleo de Acesso ao Crédito explica tudo sobre fluxo de caixa

[caption id="attachment_119018" align="alignleft" width="386"] Marcello Casal Jr./Agência Brasil[/caption]

Aqui está o que você precisa saber sobre o fluxo de caixa para ajudá-lo a criar um plano financeiro e manter o capital circulando pelo seu negócio

Como empreendedor, o sucesso do seu negócio depende de como você conduz as finanças. Entender como é a movimentação de dinheiro para dentro e fora da empresa oferece a possibilidade de crescer estrategicamente. E é isso que faz o fluxo de caixa.

O fluxo de caixa é um conceito que pode gerar dúvidas entre proprietários de pequenas empresas. Por isso, o Núcleo de Acesso ao Crédito (NAC), coordenado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), elaborou um guia para ajudá-lo a identificar problemas comuns e entender como manter as finanças do seu negócio em movimento.

O que é o fluxo de caixa e como ele é usado?

Fluxo de caixa é uma ferramenta que permite controlar a movimentação financeira da empresa em determinado período. Identifica a quantia líquida que se move para dentro (com pagamentos e recebimentos) ou para fora (com despesas e custos) das contas da organização, permitindo ao gestor planejar, controlar e organizar os recursos financeiros.

Possuir um fluxo de caixa positivo significa que as entradas são maiores que as saídas. Na contramão, um fluxo de caixa negativo indica saídas maiores que as entradas. Em resumo, o controle de fluxo de caixa é o que permite à empresa efetuar um planejamento financeiro e crescer estrategicamente.

Por que o fluxo de caixa é importante?

Acompanhar o fluxo de caixa não é importante somente para entender se um negócio é lucrativo. Afinal, mesmo empresas lucrativas podem ter problemas se suas operações não criarem caixa suficiente para que permaneçam líquidas.

Isso acontece quando os lucros estão vinculados às vendas a prazo (contas a receber) e ao estoque parado. Investimentos elevados para adquirir os chamados bens de capital — como equipamentos, veículos e instalações, entre outros — também podem dar uma sensação de lucro e comprometer o caixa da empresa.

Qual a diferença entre demonstração de resultados, balanço patrimonial e demonstrações do fluxo de caixa?

Pode haver uma confusão entre demonstração de resultados, balanço patrimonial e demonstrações do fluxo de caixa. Embora todos tenham o objetivo de demonstrar o desempenho financeiro de uma empresa, é preciso entender suas particularidades e o papel de cada um na contabilidade.

Uma demonstração de resultados mostra o desempenho financeiro das atividades operacionais e não operacionais da sua empresa durante um determinado período contábil. O demonstrativo permite entender se o desempenho da sua empresa está acima ou abaixo do esperado.
Um balanço patrimonial, por outro lado, rastreia os passivos e ativos durante um período. Esse relatório fornece um parecer instantâneo da saúde financeira da sua empresa a qualquer momento. Quais dívidas ela possui? Quais ativos tem? Para empresas maiores, também é usado para calcular o patrimônio líquido e a taxa de retorno.
Por último, as demonstrações de fluxo de caixa mostram como valores entram e saem do seu negócio. Normalmente, são divididas em quatro segmentos diferentes para facilitar o rastreamento: fluxo operacional, fluxo de investimento, fluxo de financiamento e fluxo de caixa livre. Esses termos podem parecer complexos à primeira vista, mas os segmentos são úteis para ajudar você a entender a natureza de todas as suas transações comerciais.
  • fluxo operacional: se refere a qualquer receita ou gasto proveniente do lucro líquido. Isso pode incluir a compra de matéria-prima, mercadorias e receitas com a venda de produtos ou serviços. Essas transações ocorrem naturalmente, como resultado da operação diária do negócio;
  • fluxo de investimento: como o próprio nome indica, abrange os investimentos comerciais. Quando um item é comprado, como um imóvel ou equipamento que será usado repetidamente para aumentar a eficiência ou a lucratividade do negócio, essa transação se enquadra nessa categoria;
  • fluxo de financiamento: contrair um empréstimo comercial ou pagar dividendos aos acionistas são ações que se enquadram na categoria de fluxo de financiamento. Abrange todas as transações relacionadas a dividendos, dívidas e patrimônios;
  • fluxo de caixa livre: montante que permanece em um negócio após todas saídas terem sido debitadas. O fluxo de caixa livre é calculado deduzindo as despesas de capital (CapEx) do fluxo operacional.
Como fazer o fluxo de caixa?

O fluxo de caixa pode ser realizado por dois métodos: o direto e o indireto.

O método direto é o mais utilizado pelas empresas. Ele usa os registros das saídas e entradas sem que seja realizado qualquer desconto, considerando o valor bruto dessas operações. Os dados são organizados em classes de acordo com sua origem. Por exemplo, pagamentos de fornecedores, folha de pagamento, recebimentos de clientes etc.

Já o método indireto se baseia nos lucros e prejuízos do exercício, ajustados por itens econômicos como depreciação, amortização e variações nas contas patrimoniais. Para isso, são utilizados os balanços patrimoniais referentes ao início e ao final do período, a demonstração de resultados e outros dados contábeis. É mais simples de calcular, mas está sujeito a maiores distorções.

Por que a projeção de fluxo de caixa é fundamental?

Monitorar o fluxo de caixa mensalmente é essencial para identificar tendências e entender o que realmente acontece com as entradas e saídas. Mas pode ser ainda mais importante fazer previsões para antecipar possíveis faltas de capital — isso se chama projeção.

Com a projeção de fluxo de caixa, é possível planejar a abertura de uma linha de crédito comercial ou a renegociação de dívidas. Isso porque investidores e credores desejam saber se a empresa é capaz de liquidar passivos de curto prazo.

Para um empreendedor, é mais simples obter ajuda de bancos ou investidores antes de entrar em uma crise financeira e não ter certeza de que pode pagar suas dívidas. Esperar até que os problemas se agravem para tomar uma ação pode sinalizar para os credores um risco muito grande e fazer com que a solicitação seja recusada.

A projeção de fluxo de caixa também pode ajudar a planejar o melhor momento para fazer uma grande compra, como uma nova máquina ou um novo veículo para a empresa.

Infelizmente, os empreendedores não podem evitar imprevistos — por exemplo, um caminhão da frota em manutenção ou uma violação de dados que resulta em um aumento nos gastos com TI. Por melhor que seja a técnica de projeção, haverá sempre um grau maior ou menor de incerteza quanto às entradas e saídas no período projetado. Assim, teremos que nos apoiar no saldo mínimo de caixa.

Portanto, parte da revisão das finanças, como o fluxo de caixa, deve ter o foco em mitigar os riscos que uma despesa inesperada terá sobre o montante disponível e, finalmente, a capacidade de pagar as contas do negócio.

Texto: Blog do Núcleo de Acesso ao Crédito (NAC) Foto: Iano Andrade Para a Agência CNI de Notícias

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